sábado, 10 de julho de 2010

O peso do final

Eu só tenho uma coisa a falar sobre o último trimestre: pesa muito! A partir do sétimo mês comecei a sentir umas dores na região da bexiga e a médica chegou a conclusão que era o peso do útero pressionando a circulação sanguínea da região. Comprei até uma cinta para ajudar a segurar o peso (e olha que eu tinha uma barriguinha de nada). No mês passado comecei a sentir dores nas costas duradouras, nada que eu não resolvesse deitando um pouco ou me sentando e relaxando. Mas da metade do oitavo mês em diante a situação piorou muito. A dor chegou a níveis críticos. Aguentava bem no trabalho até depois do almoço, depois disso não tinha cadeira nem posição que ajudasse. Ia para o hotel (já que a nossa casa já está em Constantina) e a dor permanecia, mesmo deitada. Tive que parar. Agora já estou em Porto Alegre, e as coisas não mudaram muito. Faço uma coisinha, tenho que me deitar, levanto, faço outra coisinha, deito de novo. Me sinto uma incapaz. O Rick me acha uma exagerada. A verdade é que a gravidez te ensina algumas coisas, entre elas a humildade para aceitar ajuda, saber que às vezes temos que depender dos outros. Reconhecer que eu não posso fazer tudo que eu fazia antes, que eu tenho que parar para pensar se o que eu vou fazer vai prejudicar outra pessoa, que por enquanto essa pessoa depende totalmente de mim, do que eu como, do que eu faço, de como me cuido. É complicado. Acho que tudo é uma preparação para deixar de sermos simplesmente indivíduos para sermos pais. O Rick está achando tudo muito trágico, mas é o que sinto, a primeira gravidez além de ter momentos de pura felicidade e emoção e realização também tem seus momentos de questionamentos, especialmente agora que tudo dói.

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